sexta-feira, 14 de setembro de 2012

para amigo ivam evaldo kussler ou IVAN EVALDO KUSSLER poesia mais Castro alves

para amigo ivam evaldo kussler ou IVAN EVALDO KUSSLER


O Navio Negreiro, Tragédia no Mar (VI)
Castro Alves

Existe um povo que a bandeira empresta 
Pr'a cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa 
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?!...
Silêncio!... Musa! chora, chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto...


Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra,
E as promessas divinas da esperança...
Tu, que da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança,
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...


Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo 
O trilho que Colombo abriu na vaga,
Como um íris no pélago profundo!...
...Mas é infâmia de mais... Da etérea plaga 
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo...
Andrada! arranca este pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta de teus mares!


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